quarta-feira, 27 de abril de 2011

Visão do autor sobre a obra.


Tabuleiro de Egos


1-      Xeque: Como é o capítulo de abertura, o xeque simboliza o momento do nascimento. Como se já nascêssemos em xeque, por um triz. O capítulo engloba a percepção da identidade, a dúvida, o tédio da existência, o caminhar à expectativa do adeus.

2-      A intrepidez: Após o choque inicial, vem a intrepidez. A compreensão da necessidade da continuidade, do enfrentamento. Todas as tentativas de fuga vão se mostrando inviáveis. É a parte da esperança que nasce da insegurança.

3-      Entre a redenção e o recomeço: É a existência posta à prova. É a parte positiva da odisséia. A dúvida já percebida como obrigatória. É o contentamento existente entre dois pólos; entre a compreensão da impossibilidade de significância humana e o sonho de ser surpreendido pelos mistérios.

4-      O circo dos anseios: É a aceitação. O medo transformado em certeza. O abraço ao lado negativo de tudo, neste caso, o negativo sem se saber negativo, sem a noção. É o espetáculo do contentamento.

5-      O preço do blefe: Já há neste capítulo vestígios da quebra do conformismo. O eu lírico começa a se assumir e assumir um suposto equívoco em sua visão. Ele passa a observar o outro e entender no outro a beleza do oposto.

6-      A jogada perfeita: O sentimento de vitória, o brinde a vida, a saudade da infância, a descoberta da poesia presente em tudo, a salvação vinda da poesia, os primeiros contactos com o inconsciente.

7-      Sete erros: Entre o sim e o não; a escolha do talvez. A crença no oculto. A percepção de que tudo é criticável. De que nada “é” completamente.

8-      A carta na manga: A formação. “Você se torna aquilo que é”. O não é, mas poderia ter sido. A escolha. A capacidade da resolução, mas a dúvida da vontade.

9-      O prestígio de cada peça: A importância de tudo, até do que, até então, se mostrava insignificante. O significado do que por costume ou moral nada importa. A destruição dos dogmas.

10-  Pagando pra ver à flor da pele: A revelação. A percepção da inviabilidade. Este capítulo aborda o “eu” sob o ponto de vista do outro, aborda a não possibilidade de analogias, de comparações. Já que tudo é ponto de vista e todo ponto é dicotômico.

11-  A fúria reveladora: Viver é contentar-se. Este capítulo expõe a descoberta da arte como o único sentido da existência. É a fúria salvadora. O indecifrável!

12-  Xeque mate: É o capítulo final. É o fim simbolizando o novo começo. É a descoberta e a nascente de novas perguntas. É o fim do tempo, mas não dos Tempos. É a vida presente em tudo. A continuidade no outro e do outro. O infindável. O infinito.